Este ano, o Fórum Mundial da Bicicleta 7 pedalou até Lima no Peru entre os dias 22 a 26 de Fevereiro e estivemos lá para saber as iniciativas de bicicleta que estão transformando as cidades da América Latina.
Foram dias intensos e cheios de palestras e trocas de experiências. O Estadio Manuel Bonilla foi sede do evento, com salas ao ar livre – já que em Lima chove poucas vezes no ano – e com muitas palestras acontecendo ao mesmo tempo ficou difícil decidir o que assistir. Focamos em assuntos que poderiam servir de inspiração para a rede Bike Anjo.
Abaixo segue um aperitivo do que vimos por lá:
O primeiro dia foi movido a debates que envolvem gênero, algo que está super pautado não só no cicloativismo mas como em quase todos os movimentos sociais. Nesse sentido, muitas mulheres que apresentaram seus trabalhos também exigiram uma postura mais equitativa da organização do próximo evento – que acontecerá em Quito. Destaco o trabalho da Brasileira Roberta Raquel que analisou os dados de palestrantes de alguns Fóruns e identificou que há pouquíssimas mulheres que estão nos locais de fala.
Santiago do Chile tem uma iniciativa bacana com Escolas públicas, o projeto que é encabeçado pelo Laboratório de Cambio Social, tem incidência contínua nas escolas e trabalham com todos os públicos atuantes nas escolas (pais, alunos, professores, gestores, governo, etc). Além da escola as crianças vão também para garagens de motoristas de ônibus e fazem intervenções urbanas ao redor da escola visando humanizar e deixar o espaço público mais humano e seguro.
Daniel que apresentou esse case reforçou que o diferencial para se trabalhar com escolas é ter uma diretoria, pais e funcionários abertos a mudança e que com os pais uma simples reunião convence de que o projeto será benéfico para todas as partes.
Outro destaque interessante neste fórum foi a participação de cicloativistas do Nepal, que trouxeram a experiência local de como iniciaram a mobilização de Kathmandu, uma cidade dominada por motos e automóveis. Realizaram diversas ações afim de trazer mais pessoas para as ruas em cima da bicicleta, e enfrentam problemas muito parecidos com os das cidades latinoamericanas.
Como nem tudo é trabalho, também curtimos a cidade, a culinária, as bibida.
Lima é uma cidade com muitos ônibus e vans, o trânsito é meio caótico mas é possível sim pedalar e compartilhar as vias. A infraestrutura cicloviária é muito boa, sem buracos, largas e arborizadas, único inconveniente é que elas são localizadas nas áreas mais ricas da cidade.