Esta história foi um relato do bike anjo JP Amaral, de São Paulo:
Há pouco menos de um mês saiu um artigo do Gilberton Dimenstein sobre Bike Anjo na Folha e no Catraca Livre onde citava meu nome. Uma semana depois recebo um e-mail de uma amigona da época da faculdade dizendo que estava querendo trocar o carro pela bicicleta para ir ao trabalho e que ao buscar dicas de pedalar em São Paulo acabou encontrando o artigo sobre Bike Anjo com meu nome! E foi aí que tudo começou…
Começamos trocando alguns e-mails sobre o trajeto dela para fazer um planejamento básico da rota. E foi aí que fiquei impressionado. O percurso que ela buscava fazer era de 14 km! Poxa, sempre ouço aquelas desculpas de amigos dizendo que é inviável ir de bike pro trabalho por conta da distância, das subidas, etc, e me aparece uma amiga já afirmando que vai começar a pedalar, sem nem duvidar ou questionar esta possibilidade. O nome disso é: determinação!
Depois da “bike abandonada na garagem” sair da revisão sugeri a ela que fizesse algumas pedaladas pelo bairro e de fim de semana para acostumar com a bicicleta reformada e a postura. Pouco mais de uma semana depois já estavamos com a data marcada para fazer o primeiro teste, em plena Sexta-feira!
Saimos 06h30 da Vila Mariana com destino para o Parque Villa Lobos, tempo suficiente para que ela chegasse a tempo de tomar um banho e entrar no trabalho às 08h00. O dia estava muito bonito e o trânsito tranquilo. Logo saindo da Vila Mariana pegamos algumas subidas curtas, quase que inevitáveis nesta região, e cortamos o Parque Ibirapuera para chegar até a Rua Bandeira Paulista. Todo o trajeto foi acompanhado de bairros residenciais, muitas árvores e conversas descontraídas – sintomas de um ótimo dia de pedal.
Normalmente tento montar trajetos que evite grandes avenidas e fluxo intenso de carros. Neste caso esta “metodologia” coube perfeitamente. Em um trajeto de 14 km pedalamos apenas 3 km por avenidas, sendo estas a Pedroso de Morais e Arruda Botelho, e o restante pelo que considero “as ciclovias invisíveis de São Paulo”, ou seja, ruas paralelas às avenidas que, embora possa significar um trajeto mais longo, são super confortáveis e seguras para os ciclistas.
Já no finalzinho do trajeto sinto o pneu no chão. Culpa minha, pois o pneu já estava bem careca… Mesmo com este imprevisto, paramos na calçada para fazer o remendo na câmara, servindo já de aprendizado para a ciclista aprendiz. Dez minutinhos depois já estavamos de volta na avenida e pedalando os últimos quilômetros.
A chegada foi bem divertida, com muita comemoração. Minha amiga ficou super impressionada com a simplicidade e tranquilidade do trajeto. Disse que não estava suando ou cansada de nehuma forma e que achou “super sussa”. Tá aí mais uma ciclista na rua e menos uma refém dos congestionamentos de São Paulo!
A volta dela para casa foi ainda mais interessante, pois lembrei que o Willian Cruz, autor do blog vadebike.org e bike anjo de carteirinha, trabalhava perto da minha amiga e fazia o mesmo trajeto de volta para casa. Deu super certo! No final do dia se encontraram e retornaram sem dificuldades. Em breve relato sobre a volta.