Pela primeira vez, o Bike Anjo vai premiar organizações da cidade de São Paulo que incentivam seus colaboradores a irem de bicicleta ao trabalho e colocam a saúde e qualidade de vida em primeiro lugar. O resultado? Equipes motivadas, cidades menos poluídas e um planeta com um clima mais seguro.
O Prêmio SP De Bike ao Trabalho 2018, realizado em colaboração com o Instituto Ethos e a GCCA – Global Call for Climate Action, tem como objetivo dar visibilidade às boas práticas das empresas que, ao facilitar o deslocamento por bicicleta ao trabalho em São Paulo, contribuem para a saúde da população e para a mobilidade urbana sustentável na capital.
Vários tipos de iniciativas podem concorrer ao prêmio, desde investimentos em infraestrutura até programas educacionais, campanhas de sensibilização e incentivos diretos aos colaboradores. Também poderão ser inscritas iniciativas mais abrangentes como políticas empresariais e de governança. Na avaliação, serão levados em conta a inovação, perenidade e impacto das iniciativas. Empresas de pequeno, médio e grande porte podem participar.
Para JP Amaral, co-fundador da rede Bike Anjo, “as organizações podem ser importantes agentes de uma mudança cultural favorável à mobilidade por bicicleta, fazendo com que ela seja de fato incorporada às rotinas de deslocamento da população nas cidades.”
Para se ter uma ideia do potencial de impacto das empresas na mobilidade das cidades, JP destaca que “no Reino Unido, em apenas uma década (2005-2015), 38.000 empresas aderiram a algum tipo de esquema de incentivos ao uso da bicicleta e em 2015 a população que vai ao trabalho de bicicleta chegou a 7% do total no país.”
“No Brasil, este potencial é muito grande, visto que as cidades sofrem cada vez mais com congestionamentos do tráfego e poluição, com prejuízos à saúde e qualidade de vida, ao passo que já temos instrumentos políticos como a Política Nacional de Mobilidade Urbana para embasar a visão de cidades que queremos”, conclui.
Com o Prêmio, a Bike Anjo chama atenção para os benefícios compartilhados por indivíduos, empresas e a sociedade.
Melhoras significativas na saúde física e mental das pessoas que vão de bike ao trabalho foram constatadas por um estudo da Universidade de Glasgow(2017). Segundo a pesquisa, as que iam de bicicleta ao trabalho apresentaram um risco 46% inferior de desenvolverem uma doença cardíaca e um risco 45% menor de desenvolver câncer, comparado com os indivíduos que fazem o deslocamento de carro ou transporte público. Um estudo da Cyclescheme (2015), no Reino Unido, mostrou que 82% das pessoas indo ao trabalho de bicicleta passaram a se sentir menos estressadas.
Os benefícios se estendem à saúde pública, já que um aumento significativo do uso da bicicleta pode levar à redução da poluição do ar nas cidades. Com a redução das emissões de carbono pelo setor de transportes, reduz-se ainda os impactos das mudanças climáticas, inclusive aqueles indesejáveis à saúde, como o aumento da temperatura global, que agrava sintomas de doenças e dificulta os cuidados.
As vantagens para as organizações são consideráveis. Ao contar com colaboradores mais saudáveis e motivados, as empresas têm queda nos índices de absenteísmo, melhora das relações de trabalho e da produtividade. Para Flávia Resende, coordenadora de Práticas Empresariais e Políticas Públicas do Instituto Ethos, “as empresas já começaram a entender que governos, organizações públicas e privadas devem compartilhar a responsabilidade na busca por soluções para os problemas de mobilidade urbana. Isso pode representar menores custos diretos, menor pegada ambiental, melhora do clima organizacional, da produtividade e da qualidade de vida.”
Os prêmios, de caráter simbólico, serão entregues em um evento no dia 11 de maio, o Dia de Bike ao Trabalho, quando representantes do governo, sociedade civil e empresas vão discutir como o deslocamento ao trabalho por bicicleta pode contribuir para a saúde na cidade de São Paulo.