Durante os dias 18 a 21 de julho, a capital brasileira sediou o 6º Encontro Nacional do Bike Anjo.
Anjos e anjas de mais de 12 cidades de todo o Brasil estiveram imersos para planejar, trocar experiências, matar a saudade e reabastecer as energias! Foram 4 dias intensos, que já deixam uma saudade enorme da (con)vivência diária com pessoas tão especiais: acordar, tomar café da manhã, pedalar, passar o dia inteirinho respirando bicicleta e discutindo sobre a rede mais angelical do Brasil!
Quinta-feira, 18 de julho: a chegança!
Na quarta-feira (17) já começamos a receber mensagens e fotos da galera chegando no Quadradinho de Goiás, mas foi na quinta-feira (18) que chegamos em peso e prontos para incendiar a capital Brasileira com a 6ª edição do Encontro Nacional do Bike Anjo. Chegamos no Hostel7 e já nos preparamos para a “balada” de recepção/abertura! Fomos para o evento Buraco do Jazz, que ocorre em uma praça dentro do Parque da Cidade, onde todos sentam em cangas com seus isoporzinhos para curtir um bom som, ocupando o espaço público. Rolê tradicional dos candangos!
Sexta-feira, 19 de julho: olhando para fora
Ocupamos o Centro de Excelência em Turismo/CET, na Universidade de Brasília/UnB, um espaço super aconchegante e perfeito para nossas atividades e dinâmicas.
Logo ao chegar, fomos acolhidos por uma linda surpresa feita pela Renata Aragão, mãe de Raul: bandeirinhas feitas pela artista Catarina Aragão, prima de Raul, que coloriram o CET com mensagens de leveza e afeto e homenagens à Detinha e ao Raul, nossos eternos anjos.
Durante todo o dia, compartilhamos experiências, desafios e conquistas dos projetos e atividades realizados pelos núcleos da rede Bike Anjo em diversas cidades do Brasil. As cidades se imaginaram como pessoas, dando nome, corpo, sentimentos, desejos e sonhos para cada núcleo local (veja nas fotos, alguns cartazes).
Além disso, as manas do “Pedala, Mana” – de Belém (PA) – contaram um pouco sobre os desafios e conquistas desde o início do projeto.
Paralelamente, Pedro Waldansen (São Paulo/SP) puxou um papo sobre “Masculinidades e Feminismo”, enquanto Yuriê Baptista (DF) e Gil Sotero (BH) falavam sobre Bicicleta e geração de renda; e o Jose Julian (Campo Grande/MS) compartilhava sobre o projeto Ciclorrotas Azuis, realizado lá no Campão (Campo Grande) com foco no Meio Ambiente.
Depois foi a vez do Lucas Guima (Campinas/SP) dar dicas de Ferramentas Online para ajudarem as articulações locais, seguido da Tina Horvath (Mairiporã/SP) falando sobre como Chamar Novos Voluntários. Para fechar, uma apresentação da Diretoria e das Equipes dos Projetos (MOB-BA, BiciPMU e BABel – Fundo Casa + SEJEL) com os principais resultados do ano passado e primeiro semestre de 2019.
Ao final do dia, nos emocionamos com a exibição do documentário “Pedalar é suave” e um pedal até a Dory, bicicleta do nosso eterno amigo Raul, que se foi em 2017 por causa da violência e da impunidade do trânsito. A bicicleta dele, Dory, ainda hoje está fixada no local onde ocorreu o atropelamento e está coberta de homenagens em sua memória.
Sábado, 20 de julho: Olhando para dentro
Nesta manhã, tivemos diversas dinâmicas e vivências que nos fizeram refletir sobre como a rede é hoje e como gostaríamos que ela fosse num futuro breve. Fizemos desenhos do atual formato, esboçamos os eixos institucionais da organização e finalizamos o dia com uma Chuva de ideias para possíveis encaminhamentos para o futuro.
Para fechar, tivemos uma aula “Um olhar sobre a história de Brasília” com Luciana de Maya Ricardo.
E, para desligar um pouco a cabeça e aproveitar a noite entre amigos, curtimos um samba incrível no evento “Divas do Samba”, em homenagem à Dona Ivone Lara, no Museu Nacional (Museu Honestino Guimarães), todos juntinhos!
Celebramos o dia dançando ao som de músicas nacionais e até uma roda de capoeira improvisada por alguns anjos e anjas!
Domingo, 21 de julho: encerramento e celebração
No domingo fomos até a “Praça do Índio Pataxó Galdino Jesus dos Santos”, uma homenagem ao índio foi assassinado ali, queimado, na madrugada de 20 de abril de 1997 (sim, ele estava em Brasília para participar de comemorações do Dia do Índio e perdeu a hora de entrar na pensão onde se hospedava, por isso dormia na parada de ônibus quando foi queimado vivo).
Essa praça foi escolhida para ser o local das atividades da EBA do Bike Anjo DF, para que a população pudesse apropriar-se do espaço público e ressignificar a praça, até então marcada pela tragédia. Também por isso, fomos até lá para finalizar e celebrar nosso Encontro. Fizemos os encaminhamentos e definimos guardiões para cuidar das ideias colhidas no dia anterior e fechamos o evento com uma roda de agradecimento.
Claro que não poderia faltar o famoso picnic com as delícias de cada cidade. E, para descontrair e confraternizar, realizamos um sorteio de itens levados pela galera. No final, todo mundo levou alguma lembrancinha pra casa!
Após o almoço, um grupo de sobreviventes seguiu num pedal pelos pontos turísticos da cidade: a Esplanada passando pelo Museu Nacional, pela Catedral, pelo Memorial JK e com um pôr-do-sol de encher os olhos na praça do Cruzeiro no fim. Outro grupo seguiu para o “BSB Crit” para prestigiar a Joyce, nossa anja do BADF, em sua competição!
O ENBA mal acabou, mas já estamos com saudades dos momentos que passamos juntos. Todos levaram na bagagem muita energia para multiplicar o Bike Anjo e suas ações em suas cidades!
Que venham os Encontros Locais do Bike Anjo (ELBAs) e, claro, o #7ENBA em 2020! Uh é Bike Anjo!
Este evento só foi possível graças a contribuição de muita gente. Gostaríamos de agradecer à alguns parceiros que foram essenciais para o 6º ENBA:
Caroline Leal, por chegar chegando e fazer acontecer em menos de 2 meses, ao CET da UnB (Universidade de Brasília), pela cessão do espaço para a imersão, toda equipe do Hostel 7, Graco Santos do Camelo Bike Tour por 5 bikes cedidas, à Sertell, principalmente ao André e ao Alessandro, por 15 bikes emprestadas durante todos os dias do evento junto à SEMOB que possibilitou o empréstimo, Sheylla Brito e Isadora de Oliveira Rodrigues pelos cuidados e atendimento terapêuticos realizados na tenda durante o encontro, à Elisa, Érika, Renato e Jose, do Programa Geminar, pela facilitação e condução do planejamento e dinâmicas, à Renata Aragão pela surpresa e por estar presente nos momentos mais especiais.
O #6ENBA foi viabilizado graças ao apoio institucional do Itaú Unibanco.