Da EBA (Escola Bike Anjo) para os Jogos Paralímpicos Escolares!

Relato compartilhado pela anja Vanda, do Bike Anjo São Paulo

Tudo começou em Florianópolis, nas férias de 2015.
Conheci o projeto Bike Anjo lá: no último dia de férias uma amiga me contou que aprendeu a andar de bicicleta com um anjo que morava próximo e tinha uma oficina. Fiquei empolgada e fui até ele que,  mesmo no momento do seu trabalho teve a paciência de passar algumas dicas e informações sobre o projeto aqui em São Paulo.

O tempo passou e fui acompanhando por redes sociais o trabalho da ONG, e sempre adiando a experiência maravilhosa de liberdade ao pedalar.

Em uma das postagens via um ação para pessoas com deficiência, como trabalho realizo trabalho com crianças e adolescentes com deficiência intelectual e autismo em uma Escola Estadual.

Não pensei duas vezes em entrar em contato – pois o “não” eu já tinha – e perguntei se havia possibilidade de, um dia, na EBA (Escola Bike Anjo), no Largo da Batata, fossem disponibilizadas 20 senhas para os meus estudantes, pois sabia do critério de 50 senhas.

Quando retornaram meu contato fiquei muito feliz.
A Lorena, coordenadora do Bike Anjo São Paulo, perguntou a especificidade de cada criança e adolescentes, dizendo da possibilidade de realizar a EBA na própria escola.

A priori demorei para acreditar, de imediato já falei com a gestão e as famílias. Quando falei para os estudantes, a alegria foi imensa, mesmo com insegurança, pois estavam com autoestima baixa por vários motivos da nossa inclusão escolar e social.

Mas enfim o dia chegou e mesmo com muita chuva e a quadra com algumas goteiras foi uma manhã inesquecível para nós.

INSEGURANÇA

Antes disso foi realizado a inscrição da estudante Emily para a seletiva dos jogos paralímpicos escolares, sua fala foi a seguinte:

“Professora estou com muito medo, acho que não vou, sou péssima em tudo que faço.” 

Sempre após os atendimentos peço que escrevam ou desenhem o que estão sentido, nesse dia ela fez um desenho para o bike anjo, a primeira imagem ela chorando visualizando sua bicicleta de infância sendo levada para o lixo, já na imagem aos lado ela pedalando com a sua mãe, com a ajuda do Bike Anjo.  Deixei claro pra todos, não importa se não conseguirem logo no primeiro dia, mas o importante era tentar, pois  que eu também não aprendi no primeiro dia e estava ansiosa para aprender junto com eles.

APRENDIZADO

Os anjos que compareceram foram maravilhosos! Emily assim como os outros conseguiram pedalar.

Na segunda feira, os professores perguntaram o que havia acontecido, pois todos estavam falantes nas aulas, não tiveram medo de se expressarem.

Enfim a semana da seletiva chegou, como sempre apenas ofereço as possibilidades não forço nada com os meus estudantes, perguntei para Emily ela queria ir e a resposta foi maravilhosa: 

CONFIANÇA

Os Jogos Estaduais Escolares Paralímpicos são Jogos onde estudantes de diversas escolas participam, para representar sua cidade. 

A Emily foi a veterana que representou a Escola, de Taboão da Serra, em São Paulo nessa edição dos Jogos Paralímpicos Escolares. Depois de passar por algumas dificuldades – ela machucou o joelho nesse período – Emily participou pela primeira vez dos Jogos e ficou em 4º lugar na competição.

“Para nós, é o primeiro, primeiríssimo lugar! Foi uma surpresa imensa para todos nós, pois as demais competidoras estão muito mais acostumadas a competir e foi a primeira vez que Emily competiu nos Jogos…” conta Vanda, professora de Emily.

Após a EBA que aconteceu em sua escola, Emily se sentiu muito mais confiante. Aprender a pedalar foi um marco para sua autoestima. Ao final, ela disse:

“Professora, agora que sei andar de bicicleta, não tenho mais medo de nada, nem de competir”.

Eternamente grata.

Hoje sou uma Anja com muito orgulho,
Vanda

 

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