Outubro é o mês das crianças!

Se você tem uma criança em casa ou convive diariamente com uma, com certeza já perguntou ou ouviu alguém perguntar a ela essa semana “O que você quer ganhar de Dia das Crianças?”. A resposta, na maioria das vezes, é uma lista infindável de brinquedos e objetos de desejo (salvo as fofuras que pedem um irmão ou uma irmã como presente!).

Muitas vezes, os pais, mães ou responsáveis pelas crianças quebram seus cofrinhos e reservam tudo que podem para surpreender os pequenos nessa data – que já acontece bem próxima ao Natal, outra data facilmente lembrada pela frase “O que você quer ganhar do Papai Noel?” –, mas será que essa é a única forma de agradar e fascinar as crianças?

O programa Criança e Consumo, do Instituto Alana, divulgou essa semana dados que apontam que mais de 20% das pessoas gastam mais do que podem em presentes de Dia das Crianças e que cerca de 10% pretendem deixar de pagar uma conta para comprar esses presentes.

Mas e se, ao invés disso, oferecessemos às nossas crianças experiências e vivências incríveis como um picnic ao ar livre, um dia no parque ou um passeio de bicicleta pela cidade?

Acreditamos que o uso da bicicleta pode ser um meio de “desemparedamento” das crianças e um convite à exploração dos espaços abertos e públicos.

Ao aprender a pedalar e dominar gradativamente o uso da bicicleta, em diferentes cenários e terrenos, promove o aprendizado de três competências
fundamentais para o desenvolvimento sadio das crianças: a habilidade de usar o corpo para impulsionar um meio autônomo de locomoção; a consciência sobre as próprias limitações e a capacidade de avaliar os riscos inerentes a esse exercício de domínio do corpo em conjunto com a bicicleta, no qual cair, levantar e começar de novo leva a uma profunda sensação de autoconfiança e liberdade.

Ao contrário do senso comum, uma criança segura não é uma criança totalmente protegida e sim uma criança competente, que acessa riscos e é capaz de conviver com incertezas e de reconhecer suas responsabilidades
e habilidades físicas e emocionais.

Usar a bicicleta para descobrir e percorrer o bairro e a cidade onde vivemos proporciona uma combinação adequada de risco e prazer, o que motiva as crianças a compreenderem o que podem ou não fazer e como reagir às incertezas das experiências.