Bicicleta e Saúde Ambiental

O II Seminário Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental está acontecendo entre 20 e 22 de novembro de 2019 em Brasília, este evento é organizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), ligada ao Ministério da Saúde com o apoio da Organização Panamericana de Saúde (OPAS).

Na quinta, 21 a bike anja Ana Carboni apresentou a rede Bike Anjo, falando sobre os benefícios do uso da bicicleta para a saúde e melhoria da qualidade do ar durante o painel Pautas Convergentes. 

Ano passado, a campanha De Bike Ao Trabalho, incluiu o engajamento, principalmente, de empresas e teve como principal mensagem os benefícios do uso da bicicleta ao trabalho para a saúde das pessoas. Além das ações tradicionais da campanha, tais como café na ciclovia, palestras e oficinas, em 2018 lançamos 3 novas iniciativas: o I Prêmio São Paulo de Bike Ao Trabalho; o evento “A Bicicleta Pela Saúde em São Paulo”; e o desafio De Bike ao Trabalho, quando duas paulistanas foram desafiadas a irem de bicicleta ao trabalho durante um mês. O desafio, registrado em vídeo, propôs que as duas fizessem diversos exames médicos no início e ao final do mês, para avaliar o impacto desta mudança de hábito na saúde. O vídeo do experimento foi apresentado no II Seminário Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental, além de dados de pesquisas recentes sobre o tema.

“Depois da apresentação, uma participante do seminário veio conversar comigo e contou que havia começado a ir de bicicleta para o trabalho com a ajuda de um Bike Anjo aqui no DF. Ela estava com pressão alta e em seis meses usando a bike algumas vezes por semana, a pressão está normal.” “Espero ter sensibilizado os profissionais da vigilância em saúde ambiental para buscar maneiras de apoiar o investimentos na mobilidade ativa com o objetivo de melhorar a qualidade de vida nas cidades.” disse Ana Carboni

 

Segundo as pesquisas Impacto Social do Uso da Bicicleta no Rio de Janeiro e em São Paulo, realizadas pelo CEBRAP, no Rio de Janeiro os 3% de viagens de bicicleta já deixam de emitir 1% do total de CO² e os 2% de viagens de bicicleta em São Paulo deixam de emitir 2% de CO². Caso a população que percorre até 8km de 6h até as 20h e com idade até 50 anos adotasse a bici como meio de transporte, o potencial de redução de CO² é de 18% em cada cidade. Isso significa uma melhoria na qualidade do ar das grandes cidades. Em 2018, durante a crise no fornecimento de combustíveis, e a consequente redução do uso de veículos motorizados, a qualidade do ar melhorou 50% na cidade de São Paulo. Houve ainda um crescimento de 40% no número de usuários da ciclovia da Avenida Faria Lima em SP. 



Ciclistas têm uma vivência mais positiva e intensa da cidade e dos espaços públicos. Pessoas que pedalam frequentam mais parques, praças e feiras ao ar livre. Além disso, costumam passear ou fazer atividades físicas em ruas ou bairros de que gostam. No deslocamento tem mais sensações de bem estar (prazer, relaxamento e satisfação) aparecem mais entre ciclistas comparados à população não ciclista, enquanto sensações negativas (estresse, medo de atrasar, desconforto) aparecem menos. 

 

Usar a bike como meio de transporte reflete diretamente no nível de atividade física da população, que, por sua vez, tem impacto na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis. Em São Paulo, 48% dos ciclistas são regularmente ativos, exercitando-se por, pelo menos, 20 minutos ao dia, três vezes por semana, este número cai para 17% entre os não ciclistas. Na cidade do Rio de Janeiro, ciclistas são duas vezes mais ativos comparado à população não ciclista carioca – 82% ativos x 41% não ativos.

Funcionários que usam a bicicleta como parte de sua jornada para o trabalho, geralmente,  têm maior disposição, faltam menos e mostram maior produtividade. Há um ganho expressivo em horas de trabalho como resultado de uma melhor forma física e boa saúde mental. Estudo recente realizado pelo LABMOB em parceria com a UERJ e a Fiocruz no Rio de Janeiro mostra que a ocorrência de doenças crônica é seis vezes menor em pessoas que usam a bicicleta para ir ao trabalho do que as que usam outros meios de transporte. Segundo as pesquisas do CEBRAP, o potencial de economia do Sistema Unificado de Saúde (SUS) com internações ocasionadas por doenças do aparelho circulatório e diabetes é grande. Caso os trajetos pedalaveis (até 8km, de 6h às 20h e menores de 50 anos) fossem realizados de bicicleta, a economia potencial do SUS municipal no Rio de Janeiro seria de R$ 7,7 milhões por ano e em São Paulo 34 milhões.

 

Na Europa a bicicleta gera uma economia de 532 bilhões de euros ao ano. Os dados são de uma pesquisa realizada pela Federação Europeia de Ciclistas (ECF, na sigla em inglês). Além do fator econômico, questões ambientais, climáticas e sociais, tempo e espaço, saúde, fontes de energia e mobilidade são consideradas. Desde valor, 191 bilhões de euros são para a área de saúde. 

 

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